Semana de 07 a 13 de maio de 2023
Rm 2:25-29
O verdadeiro louvor que agrada a Deus é o que parte do interior do ser humano e se transforma em atos concretos de obediência por amor e confiança, que é a essência da fé. É isto que Paulo afirma ao se referir a dois dos mais importantes elementos da identificação do povo judeu: a lei e a circuncisão, dada como um dos mandamentos de Deus ao povo de Israel.
A palavra “judeu” vem do nome “Judá”, que foi um dos doze filhos de Jacó (Israel). E seu significado é “louvarei a Deus” (Gn 29.35). Judá deu origem a uma das tribos de Israel, a qual se estabeleceu na região onde está situada a cidade de Jerusalém. De Judá vieram, por exemplo, o rei Davi e o próprio Senhor Jesus, considerando a genealogia de José e Maria. Também a tribo de Judá foi a que se manteve mais fiel a Deus na época dos reis, já que as outras tribos foram se misturando com povos da região, seus costumes e deuses.
Não é demais dizer que, do ponto de vista da religião judaica, a tribo de Judá era a mais importante. No entanto, quando os olhos do Senhor passam sobre seu povo, os mesmos olhos que são como chama de fogo na descrição de Apocalipse, o que se vê é uma religião vazia, pois ele busca aquele que, de fato, “louva a Deus” no seu íntimo. A circuncisão e a aparência da lei, em si mesmas, não têm valor perante Deus.
Nos trechos seguintes, vamos ver que Paulo não desconsidera o valor da lei, porque ela expressa a vontade perfeita de Deus para o seu povo, seja num determinado momento (faça isso, vá por ali, espere e não vá agora, etc.), ou de forma permanente (de geração em geração, farás assim…). O ajuste que o Espírito Santo fez por meio do apóstolo é a ligação necessária e essencial entre o quanto eu decido fazer algo que agrada a Deus, ou o quanto eu sou movido por outros sentimentos, como o desejo de retribuição, ou o orgulho religioso e até nacionalista, que muitas vezes permeou as ações do povo de Israel no antigo testamento.
Deus criou e chamou homens e mulheres para si, para um relacionamento íntimo e profundo com Ele. Tal relacionamento é baseado no amor e na confiança. Por isso, a base desse relacionamento nunca foi e nunca será a lei, mas sim a fé. Sobre essa base vem a obediência aos mandamentos de Deus, justamente porque há o desejo de agradar a Deus (por amor) e a confiança de que sua vontade é perfeita, mesmo que muitas vezes eu não a entenda totalmente.
O chamado para viver como um verdadeiro “judeu” é para todos nós, considerando o significado desta palavra que significa louvor a Deus. Isso sem abrir mão da obediência, mas colocando-a no lugar certo: como fruto de uma vida de amor e confiança. Este é o coração circunciso do qual Paulo fala neste trecho da carta de Romanos.
Que o Pai celestial possa olhar para cada um de nós e dizer, como disse a respeito de Jesus: “Este é o meu filho amado, em quem tenho prazer”. (Mt 3.17)