Semana de 28 de maio a 3 de junho de 2023
LER: Rm 4.1-8
Nossa caminhada por Romanos até aqui passou pela verdade que tanto gentios como judeus estão igualmente debaixo da condenação, tendo como única esperança serem aceitos pela graciosa obra de justificação pela fé. Logo depois de ter exposto essas verdades, Paulo avança apelando para o coração dos leitores judeus, falando sobre os patriarcas. Abraão sempre foi considerado o pai da nação, a pergunta é: como ele se tornou amigo de Deus, como diz em Isaías 41:8?
Em primeiro lugar, nós precisamos colocar em contraste duas declarações: Paulo diz, em Romanos 4:5, que Deus é quem justifica o ímpio. No entanto, em Provérbios 17:15, lemos que Deus abomina aquele que justifica o perverso. Como podemos lidar com essa aparente contradição? Abraão certamente era ímpio quando foi chamado por Deus. Em Josué 24:2, lemos que Tera, pai de Abraão, era idólatra. Como alguém que nasceu em um contexto de pecado e idolatria pode ser declarado justo e se tornar, eventualmente, amigo de Deus?
A resposta para essa difícil questão é a fé. Uma vez que entendemos que não há ninguém que possa se considerar justo diante de Deus, o próprio Deus estabeleceu a solução para que qualquer pessoa, apesar das falhas e pecados, possa ser aceita por ele: desistir da orgulhosa ideia de que pode ser justificada por mérito próprio e simplesmente se lançar ao convite de Deus, em fé e arrependimento. Abraão deixou a sua terra, abandonou a velha maneira de viver e respondeu ao convite de Deus. Isso é crer: a decisão de abandonar a velha vida, para receber a nova vida que Deus oferece por meio de Jesus.
Quando respondemos ao chamado de Deus com fé como a de Abraão, ele nos insere EM JESUS. Assim, somos beneficiados com os efeitos da obra completa de Cristo. Sim, Deus ainda abomina aqueles que justificam os perversos, mas, porque estamos em Cristo, somos justificados, uma vez que Jesus não é perverso. O método de Deus para justificar o ímpio é inseri-lo em Jesus por meio da fé.
O desafio para cada um de nós é o da humildade. Para o moralista, este método é inaceitável, porque remove toda possibilidade de mérito e orgulho. Para nós, no entanto, este método é glorioso porque nos garante aquilo que nunca conseguiríamos alcançar: sermos plenamente justos aos olhos do Pai. Continue meditando com seus irmãos sobre o grande risco da justiça própria e orem juntos, para que Deus livre nosso coração desse grande mal.