Semana de 30 de abril a 06 de maio de 2023
LER: Rm 2:17-24
A mentalidade moralista costuma ser uma ponte para uma vida de hipocrisia. No trecho que vamos estudar essa semana, Paulo direciona sua correção aos judeus que se orgulhavam de suas posições religiosas. Apesar do autor do livro argumentar em relação à cultura judaica da época e à maneira como alguns judeus agiam, essa advertência se estende ao longo dos anos, através do Espírito Santo, para que os discípulos de Jesus não vivam uma vida moralista e, consequentemente, orgulhosa e hipócrita.
Uma das definições de moralismo é a demonstração exagerada de preocupação com questões morais, que leva à impaciência em relação aos outros. Na passagem em que estamos meditando, Paulo fala dos judeus instruídos na lei, e as escrituras nos mostram que eles eram pessoas extremamente preocupadas com as regras e normas religiosas. Os fariseus questionaram Jesus pelos discípulos não lavarem as mãos ao comer (Mt 15:1-2), por colherem espigas no sábado (Mc 2:23-24). Eram homens preocupados com as regras e que cobravam fortemente os outros em relação a isso. Entretanto, Paulo mostra que boa parte dos judeus tinham aparência, mas não caráter, falavam e se preocupavam com a lei, mas não praticavam o que tanto defendiam.
A passagem mostra alguns exemplos práticos, pessoas que ensinavam aos outros mas não a si mesmos (vs. 21); se opunham ao roubo, mas roubavam (vs. 21); criticavam o adultério mas adulteravam (vs. 22); detestavam os ídolos, mas roubavam seus templos (vs. 22); tinham orgulho da lei, mas não a praticavam (vs 23). O resultado podemos encontrar em Isaías 52:5 e Ezequiel 36:20-23, onde afirma que o nome de Deus foi envergonhado entre as nações por aqueles que deviam ser os representantes dEle nessa terra. Podemos, num primeiro momento, ver a correção de Paulo, abominar as atitudes dos judeus e não entender como que o povo escolhido de Deus foi capaz de agir assim, mas precisamos trazer isso para o presente e aplicar em nossas vidas de maneira que não venhamos a cair como eles.
Como cristãos, corremos o risco de nos tornarmos pessoas moralistas como alguns judeus. Podemos pensar que pertencemos e agradamos a Deus apenas por fazer determinadas coisas, como “frequentar a igreja certa”, “falar um linguajar adequado” ou até por termos um “conhecimento da Bíblia”. Essa mentalidade gera orgulho e nos afasta de Deus, abrindo brecha para diversos pecados em nossa vida. A mentalidade de um discípulo, no entanto, é a de que fomos justificados exclusivamente pela graça de Deus. Não tínhamos nada para nos gloriar e fomos totalmente aceitos apenas por nossa fé na obra consumada de Jesus. Isso nos liberta para podermos, de fato, viver uma vida santa e agradável a Deus. Em outras palavras: não buscamos santidade para sermos aceitos, mas porque já fomos aceitos.
Os religiosos judeus eram pessoas extremamente zelosas de suas tradições. Paulo afirma que eles possuíam um zelo sem entendimento (Rm 10:2), logo, não proveitoso para a salvação. Sabendo que esse comportamento dos judeus foi rejeitado por Deus, somos chamados a viver pela fé, vivendo de maneira íntegra e agradável a Deus. Portanto, qual tem sido a nossa postura como discípulos? Sincera e íntegra ou moralista e hipócrita? Você consegue identificar exemplos de moralismo em sua vida? Vamos meditar juntos para que o Senhor sonde e revele os nossos corações e nos leve a sermos totalmente libertos desse mal.