Semana de 16 a 22 de abril de 2023
LER Rm 2.1-11
Na história da salvação, Deus apresenta-se constantemente bondoso para com o homem. Não se trata somente daquela visitação misericordiosa no momento da nossa conversão, mas também de um derramar de tolerância e longanimidade sobre nosso passado, presente e futuro. No texto desta semana, meditaremos a respeito da benignidade de Deus que, ininterruptamente, nos alcança apesar do nosso estado, bem como qual deve ser nossa resposta a ela.
Nessa altura da carta aos Romanos, Paulo traz uma séria advertência aos irmãos: cuidado com o juízo condenatório. É importante notarmos, antes de tudo, que o problema não está em julgarmos uma atitude como certa ou errada, pois o mesmo apóstolo diz aos tessalonicenses em outra ocasião: “julgai todas as coisas” (1Ts 5:21) e aos coríntios: “o homem espiritual julga todas as coisas” (1Co 2:15). O problema está no que fazemos com nosso julgamento. Essa ideia fica mais clara quando lemos a parábola do fariseu e do publicano, em Lucas 18:9-14, onde Jesus direciona suas palavras para “alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros”. O foco da mensagem de Paulo é um chamado para uma atitude oposta, pois a disposição do coração de alguém que anda com Deus é a de ter misericórdia daqueles que se encontram na prática do erro, e se assemelha muito mais a do publicano que batia no peito reconhecendo sua miséria.
Assim age aquele que experimentou o poder da operação da bondade de Deus. Há uma mudança na disposição da mente, que passa a ser como a de Cristo, e o Espírito, no seu interior, pode clamar pelas almas em ruínas: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23:34). Quão contrastante é esse proceder de Cristo com o proceder do velho homem, que se move “segundo a sua dureza e coração impenitente” (vs 5), condenando os outros pelas suas atitudes, ignorando os desígnios de Deus e o fato de que a Sua bondade pode conduzi-los ao reto caminho através do arrependimento, esquecendo-se de que, outrora, andava da mesma forma, segundo a escravidão da sua carne e seguindo o curso desse mundo. A atitude do homem regenerado não é um convite à passividade, mas baseada em fé, e em nada despreza a ação de Deus, se colocando à disposição para cooperar com a obra que Ele mesmo começou, praticando a misericórdia através da oração, do ensino, do acolhimento e da correção.
No evangelho de João, capítulo 8, vemos o fracasso da justiça do homem caído, e o desfecho da história foi que Jesus, o único verdadeiramente justo que poderia exercer juízo contra aquela mulher, optou pela misericórdia. Qual tem sido a nossa atitude ao vermos um irmão incorrendo no erro? E quanto a algum incrédulo que nunca reconheceu a bondade de Deus? Paulo nos ensina que Deus não faz acepção de pessoas e, nesse sentido, todos necessitamos da Sua bondade, judeus e gentios, crentes e incrédulos. Medite e compartilhe com seus irmãos sobre a disposição do seu coração em ser misericordioso e qual deve ser a nossa resposta em relação a essa atitude universal de Deus.