Semana de 02 a 08 de abril de 2023
LER: Rm 1.18-23
Todo problema do homem se resume na sua rejeição a Deus. O trecho que é base para o estudo desta semana é claro ao dizer que as coisas criadas revelam a pessoa e o poder de Deus:”os seus atributos invisíveis, o seu eterno poder, e até mesmo a sua natureza divina”. Logo, como não é possível deixar de ver, ouvir e sentir o que nos cerca, a presença e a glória de Deus é manifesta em tudo e em todos. E Paulo acrescenta um detalhe que é ainda mais impressionante: isso acontece “desde o princípio do mundo” (ver. 20). É por isso que Adão e Eva usavam seus sentidos naturais na relação com o criador, até que o pecado entrou e mudou esse quadro.
O pecado não mudou a Deus, nem o que Dele se pode ver e perceber nas coisas criadas, mas o pecado mudou o interior do homem, pois lhe trouxe um “coração insensato” e um “raciocínio nulo” (ver.21). E, por considerar-se sábio aos seus próprios olhos, o homem (a humanidade) trilha um caminho de loucura, já que não há sabedoria, verdade ou qualquer forma de conhecimento verdadeiro fora do criador. Este é um quadro real e atual da humanidade, que rejeita constantemente a Deus e se exalta em suas “conquistas”.
Esse comportamento a Bíblia chama de SOBERBA, que é a exaltação própria, ou sentimento de superioridade em relação aos outros, sem que haja um fundo de verdade nessa presunção, ou seja, ele não tem razão para se achar melhor do que o outro; no entanto, age como se fosse, e está convencido disso. De fato, é um comportamento insano que tem origem em satanás, encontrando lugar no coração daqueles que rejeitam a Deus.
O criador de tudo, obviamente, é superior a todas as coisas criadas, mas nem por isso age de forma soberba. Pelo contrário, quando se fez homem, o Filho humilhou-se e se tornou por um pouco menor que os anjos – criaturas criadas por Deus para servir.
Nesse ponto, voltamos à afirmação de Paulo que diz que a glória de Deus é manifesta na criação desde o princípio, e dizemos que isso é impressionante. Por quê? Porque, antes do Filho viver em carne como nós, os atributos de Deus eram invisíveis, exceto pelo que se poderia perceber nas coisas criadas. Mas agora, em Cristo, a sua glória poderia ser admirada, tanto no caráter, quanto no poder que sobre ele veio para salvar e dar vida ao perdido. Como Paulo está falando a cristãos (de Roma), ele poderia dizer que tal problema foi algo do passado, antes da vinda de Cristo. Porém, sabemos bem que o homem continuava e continua cada vez mais vivendo sob a mesma condição pecaminosa.
Por que, mesmo depois da manifestação do Filho ao mundo toda humanidade não se rende e adora a Deus? Por que há tanta descrença ou descaso em relação a Ele? A resposta é a mesma que Paulo deu aos irmãos romanos: soberba e rejeição a Deus.
O que isso nos diz, irmãos, é que quando cremos em Jesus, quando vemos a sua glória, a do unigênito do Pai, tudo o que pensamos que somos deve ficar sujeito à verdade que está em Cristo. Ele é o grande EU SOU, como vimos na série anterior do De Casa em Casa. Mas o assunto é mais sério do que parece porque, mesmo declarando que pertencemos a Deus, conquistados por Jesus, ainda pode haver uma raiz de soberba se manifestando até nas coisas mais “espirituais”. Podemos nos achar superiores aos irmãos, ou superiores à Palavra de Deus (o próprio Senhor, o Verbo) quando decidimos segundo nossas convicções e não segundo a Sua vontade. Quando agimos assim, caímos no mesmo engano de sempre, de viver obscurecidos pela insensatez e um raciocínio nulo.
O próximo tópico vai falar do juízo de Deus sobre tal atitude, mas nós não precisamos passar por esse juízo. Que o Espírito Santo possa nos mostrar se ainda existe uma raiz de soberba em nós. E que possamos nos arrepender e humilhar diante do Deus criador, nosso Pai amoroso, e seu Ungido (Cristo), para não cair na desgraça em que vive o homem sem Deus.